segunda-feira, 29 de março de 2010

Eu queria parar de escrever faz um tempo, mas escrever se transformou na minha liberdade e eu nunca tive tanta liberdade assim. Escrevo o que eu não posso dizer, o que eu prefiro guardar só pra mim.


Nesse fim de semana escondi meus filmes clichês e começei a ler minhas postagens e achei uma merda. Eu já fui mais feliz, mais amorosa e mais sonhadora. Na verdade, tudo parecia uma viagem ao mundo dos desistentes do amor. Eu não sou assim. Tudo bem que aconteceu coisas que me deixaram frágil e outros adjetivos que eu prefiro não falar aqui por educação, mas nada disso deveria ser desculpa pra me tornar descrente. Achei feio relatar meus piores momentos e aí me surgiu uma vontade insana de sair apagando meu passado. Eu fiz o blog pra escrever coisas que eu gostaria de lembrar por que minha memória não é tão boa pra gravar momentos, desses que a gente tem vontade de pendurar na parede, mas nenhum desses momentos que eu relatei vou querer levar pro resto da minha vida. Então, adeus vacilo.

domingo, 14 de março de 2010

Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o ator de um papel que não foi escrito para ele. O objectivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam. (em O Retrato de Dorian Gray)